quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O quadrado de R.V.

À Carolina bailarina

O quadrado (de luz) que RV inscreveu no espaço usando sem mesmo usar o calcanhar na batida forte, apagou uma certa noite escura da história do samba, no geral. Quebrando o tempo naquela ligeiríssima suspensão, apagou o peso inscrito no pé e rodou para além do próprio bailarino. Como se fosse alguém que, já morto, voltasse e se apresentasse aos vivos dançando daquela maneira, trazendo para a vida uma ligeireza a ela desconhecida, de tão fácil. Como a primeira leitura do poema.
Essa aparição física do ex-bailarino provocou em nós, os vivos, um espanto branco, inexorável mesmo. Porém a apresentação do bailarino, essa dádiva, é algo que, suspeito, continuará a ressoar pelos séculos dos séculos da ginga. E para a qual não temos outra paga senão a passista.

1 comentário:

C disse...

A dança está cá para durar!
A dança que é a nossa vida.