domingo, 22 de novembro de 2009

Achados que não polemizam


As azeitonas

na marcação do território
estabelecem uma constelação (nada) orgânica;

O sol
na orientação das casas
levanta a lógica para a construção dos seus muros;

As arcas
frigoríficas agora desactivadas
estão nas hortas (que o Ribeiro Telles professou), cheias
de água da chuva e tornaram-se naquilo que gosto de chamar de:
máquinas de guardar o sangue;

O velho aforismo
que exalta as rãs
e exala os homens nús (da escultura);

Mais uma ou outra construção
que não vale a pena nomear,
apenas a ressalva de que os seus ornamentos
se pintarão sempre a vermelho;

A corola
de cinco pétalas
agora tem três.

3 comentários:

zamot disse...

Gosto muito.

Beso T

zamot disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

'Le vent baise ses seins et déploie en corolle
Ses grands voiles bercés mollement par les eaux;
Les saules frissonnants pleurent sur son épaule,
Sur son grand front rêveur s'inclinent les roseaux.'

In 'Ophélie' de Rimbaud