terça-feira, 12 de maio de 2009

Terna É a Noite do 13 de Maio

Fiz-lhe prometer: Não trabalhar nunca na ferida. E se por uma distracção, tal falha de santidade sucede, que eu morra como o peixe. Par la bouche de ma blessure. Que assim é da maneira que nem a boca do espanto cessa, nem o lado deixa de escorrer. Não trabalhar nunca na ferida mas se assim for, não trabalhar nunca a ferida. Para que ela jorre.
Para que eu de alguém possa tirar o molde em cera dos seu orgãos todos, os internos, e depois os deitar à grande labareda da noite que é o ritual pagão do santuário que só nos ascende a naúsea e a interior gargalhada do fogo- Não é bem uma queimada isto, não trará plantas novas com as próximas chuvas nem servirá para elevar ou dissipar um cheiro a pús. Não: o vento ao passar sempre queimou a relva, e a ferida sempre cicatrizou cauterizada. Queimamos para encerrar o sistema de poderes. Para reunir o cheiro e com ele mascarrar as narinas internas. É assim que ternamente levamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Hoje sonhei contigo. E esta noite que se segue sempre me arrepiou.

m disse...

Gosto daquele terror, e das piras de promessas.
Apareceste-me em sonhos também tu, e isto para manter absolutamente a capicuidade:)