sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

The lovely way to burn,

Quanto ainda se me pode embargar por preferir os últimos lugares do delírio, incandescentes poços de lucidez intocável? Esses lugares onde, de frente para a nossa vida toda, perdemos -finalmente- o corpo. Onde o suor assume todo o esplendor que para ele sonhámos e, todo brilho, ácido e graça, se faz caudal e se põe com particular pressa a corroer a ossada.
Aí vem ele. Posso, com a minha mão intacta, escrever o que não me restará- Temo que a febre me trará uma nova cara. Alva, suavíssima, que em nada se assemelha à minha, a que mereço.

4 comentários:

Anónimo disse...

Troca comigo, eu que quero sair desse delírio.

m disse...

Delirius tremens.


é tremendo que se atravessa, Joana.

Calor Humano disse...

Profecia:
Quando as drogas forem definitivamente erradicadas o pessoal passará a apanhar gripes. Enormes multidões boémias, que no lugar de copos, filtros, pepelinhos e seringas, terão o termómetro e os comprimidos para a garganta.

Finalmente o delírio natural vingará.

Até ao mais sedutor, delírio final.

m disse...

Caro Homem Terra, tenho tanta, tanta simpatia pelos profetas. Pelos que sabem aquilo que não viram.
Mas deixe que lhe diga que acho sua divertida profecia ingénua: arranjaremos sempre forma de nos intoxicarmos.