sexta-feira, 15 de maio de 2009

Expulsão: Cena primitiva do desvelo. Acto I

os mortos estão vivos para os vivos e os vivos mortos para os mortos

Só há duas idades na vida: antes e depois da morte da mãe.
(Todas as outras divisões etárias são sociáveis ou falsas.)

Não choro por tu estares morta mas porque eu, enquanto viver, estarei morta para ti.

Doravante, calarei para dizer, como Hölderlin, Sou «a criança dos cabelos de cinza». A que intenta habitar o intervalo entre as duas idades. O Artista. Aquele que aceita - e não aceita- a morte imemorial da mãe.

Vivo. Isto é, ouvir-te ainda dizer: depois de mim, vivei antes de mim.

Sem comentários: