Oh estupor... - e começou a rir; era um riso duro e não alto, como vomitar e tossir - Aí está. É isso. Como jogar aos dados. Sai o sete. Sai o onze. Talvez que, se eu for capaz de repetir isto... - Ele (o médico) bem os ouvia (...) a mulher ainda a rir, não alto, com o abstracto e furioso desespero que lhe vira antes nos olhos.
Da poeira que cobria o imenso estercal (mesmo as ferramentas encostadas, largadas para ali), nada a referir desse abandono homogéneo. No entanto, e principalmente aos cantos, haviam: uma mosca de pernas para o ar; uma traça putrefacta; uma casca de ovo (amarela, retesada, cristalizada na expulsão); um pêro podre; e o cinzeiro (na vez das larvas). - Quanto mais espero, mais se amontoam as pequenas mortes. E saiu, esfregando as mãos na alegria da construção.
os mortos estão vivos para os vivos e os vivos mortos para os mortos
Só há duas idades na vida: antes e depois da morte da mãe.
(Todas as outras divisões etárias são sociáveis ou falsas.)
Não choro por tu estares morta mas porque eu, enquanto viver, estarei morta para ti. Doravante, calarei para dizer, como Hölderlin, Sou «a criança dos cabelos de cinza». A que intenta habitar o intervalo entre as duasidades. O Artista. Aquele que aceita - e não aceita- a morte imemorial da mãe.
Vivo. Isto é, ouvir-te ainda dizer: depois de mim, vivei antes de mim.
Fiz-lhe prometer: Não trabalhar nunca na ferida. E se por uma distracção, tal falha de santidade sucede, que eu morra como o peixe. Par la bouche de ma blessure. Que assim é da maneira que nem a boca do espanto cessa, nem o lado deixa de escorrer. Não trabalhar nunca na ferida mas se assim for, não trabalhar nunca a ferida. Para que ela jorre. Para que eu de alguém possa tirar o molde em cera dos seu orgãos todos, os internos, e depois os deitar à grande labareda da noite que é o ritual pagão do santuário que só nos ascende a naúsea e a interior gargalhada do fogo- Não é bem uma queimada isto, não trará plantas novas com as próximas chuvas nem servirá para elevar ou dissipar um cheiro a pús. Não: o vento ao passar sempre queimou a relva, e a ferida sempre cicatrizou cauterizada. Queimamos para encerrar o sistema de poderes. Para reunir o cheiro e com ele mascarrar as narinas internas. É assim que ternamente levamos.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Quero: 1) a vibração do alegre; 2) a insenção de Mozart, já!
Se um só daqueles papelinhos se desdobrasse e alarvemente em vão pedisse que nem um só -nem um!- cabelo fosse tocado, diria que: Já nenhuma luta me protege/ Estou no que ao relento de mim/ foge/ E fica. Luta. REÚNE. Uou uou uou uou.