Claro que canto mais um, podes arder;
Claro que te dou guarida, que te abro a porta do osso miudinho, me faço una, sem costura;
Claro que podes vir, gritar contra uma parede de água, cansar-te contra qualquer um dos meus oito muros;
Claro que sou antiga, e que da lucidez futura perdi o meu vôo. E que já remei remos de madeira e piscinas vazias de noite. Claro o verbo atravessar;
Claro que esqueço;
Claro que choro duas enormes colunas à boca desse cais: Talvez não tão lentamente assim o terreiro do paço se tenha vindo a transformar no pranto de Lisboa. Ele, que era a sua boca.
sábado, 3 de janeiro de 2009
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3 comentários:
Ainda não fui lá, sou mesmo lisboeta postiça. Acho que decidi ser apresentada às tais colunas depois de ler isto.
E claro que és Lisboa.
Hurry over then. O cais abriu depois de anos roubado a Lisboa, mas só para o voltarem a fechar de novo. Não tarda nada levantam outra vez uma maldita rede, sabe-se lá por quanto tempo.
Dizem que por lá boiou, anos a fio, o Tolan, casco para cima. Mas isso foi antes de termos nascido.
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