sábado, 26 de setembro de 2009

Há trinta mil anos

aquelas mãos encontradas nas grutas do atlântico-sul- por vezes pretas, azuis e nunca vermelhas- são a cabeça primogénita do grito daquele
que exala
e exala ainda:

Eu sou aquele que ch-ama porque tu és nomeável,
ó virgem de quarenta cabeças, de outras trinta coroada!

Canto para pilhar os teus juncos entrançados,

a tua cabeça
alta
toda à escuta.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009


RODA A DOR NA RODA DE CHORO

domingo, 20 de setembro de 2009

"SEREIO"


Homens tão inamovíveis que são de fogo!
Homens tão inamovíveis que são de fogo!

Nova Novo Brando Som - Artéia a última palavra de milhares de peixes negros esdita.

Para o António

Rinpoche M. não era na verdade a Madre. (por quem se corre). Apenas - e foi ela que assim o disse -um dia leu. Isso mesmo: um dia levantou. Teve coragem e abriu o canto assim, súbitamente.
Naquele
tempo deserto, Rimpoche M. disse um poema como uma oração - Não pelo facto de toda a poesia ser passível de ser rezada porque mantém a única coisa que realmente conta numa vida religiosa (o distanciamento), mas antes como se indistinta, uma proa fálica aflorasse à tona desse pântano. A voz no deserto. O sopro. O bardo. Vernunft. Alguém Cantando. 
Rinpoche M. disse-o e o poema surgiu único, messiânico mesmo. Então todos cantaram e muitos, cantando, rezaram; alguns penetraram mesmo a sua demanda; alguém, alguém entendeu seu coração e dessa cadência (e da outra que não sei dizer assim de um modo explícito) nasceu um mantra que aplacou aquela instigante e mortal-doce ordem de Paulo: Rezai incessantemente.
Portanto não era Rinpoche M. a cabeça do poema, embora fosse o pulso que o pôde escrever porque à noite um homem é também a hipótese de fecundação. E é
ele, o poeta, que inspira e exala a 0.01 peixes negros por segundo o sémen que refulga, e refulge de uma só volta como a uma caverna o mar; e entrando-o ela volta a sair, fecunda, prenhe daquelas milhares de cabecinhas que depois esmagaria para poder escrever a tinta. 
No meio da folha, intacta, a única palavra do poema. ARTÉMIA. ARTEIA.

24 de Agosto de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

EFRAÍN,


chamei-te mas
tinhas partido já
cheio do espirito

e eu que ficasse cheia
da tua espada de carne.

terça-feira, 1 de setembro de 2009



SETEMBRO