Não gosto do tipo, nadinha. Eu que já admiti desconfiar dos laboriosos, para este poeta da bombazine não vai nem uma ameixa do meu espanto, que eu não gosto de embustes.
Haja paciência para este maomé que me chega cravejado de milagres como se os trouxesse desde sempre. Como se fosse anterior. Como se um milagre prescindisse de tempo. De anos e anos de espera, povos inteiros, milhares de cânticos.
E depois o homem tem pressa, se tem. Deve saber melhor que ninguém que a esperteza dá para boxeur, dá para espião, mas não serve a literatura, quanto mais a poesia. «Adorar a pedra é ainda ser-se Pedra», foi o que ele não aprendeu. No entanto o prolífico senhor em nada se coíbe de usar e abusar de uma terna linguagem evasiva que se esquiva de qualquer CONSTRUÇÃO. Insulta-me na sua ostentação, este místico de trazer por casa.
É um impostor disparando pérolas. Eu sei. Os impostores, ao passarem de raspão, reconhecem-se. E não se cumprimentam.